Jogos pré-desportivos na iniciação do voleibol




Na iniciação esportiva no voleibol existem inúmeros fatores que a tornam altamente complexa, pois além de se trabalhar com seres humanos, o que por si só já é complexo, ela trabalha também com aprendizagem.

Na iniciação esportiva existem inúmeros fatores que a tornam altamente complexa, pois além de se trabalhar com seres humanos, o que por si só já é complexo, ela trabalha também com aprendizagem. Sendo assim é de suma importância estudos que dêem um norte para os professores e treinadores, haja vista as inúmeras mudanças que ocorrem com crianças em idade de iniciação no Voleibol. Inúmeros enfoques metodológicos já foram formulados por estudiosos, cada um com suas particularidades. Sendo assim fica a pergunta no ar, quais as metodologias de ensino dos esportes são mais adequadas? Quais as diferenças entre as faixas etárias? Qual a idade ideal para o início da prática do vôlei?

Metodologia de ensino dos esportes coletivos
 
Vários autores apresentam propostas de ensino dos esportes coletivos, buscando novos conhecimentos e procedimentos acerca de novos procedimentos pedagógicos:
   
Mertens & Musch apud Oliveira & Paes (2004) apresentam uma proposta para o ensino dos jogos coletivos, tomando como referência a idéia do jogo, no qual as situações de exercícios da técnica aparecem claramente nas situações táticas, simplificando o jogo formal para jogos reduzidos e relacionando situações de jogo com o jogo propriamente dito.

Bayer (1994) afirma coexistir duas correntes pedagógicas de ensino para os jogos desportivos coletivos: uma utiliza métodos tradicionais ou didáticos, decompondo os elementos (fragmentação), na qual a memorização e a repetição permitem moldar a criança e o adolescente à modelo adulto. A outra corrente destaca os métodos ativos, que levam encontra os interesses dos jovens e que a partir de situações vivenciadas, iniciativa, reflexão, possa favorecer a aquisição de um saber adaptado às situações causadas pela imprevisibilidade. Esta abordagem é chamada de pedagogia das situações.

 Já para Galão e Osmum apud Oliveira & Paes (2004) apregoam que uma abordagem desenvolvimentista que, ao ensinar as habilidades motoras (técnicas) para a faixa etária de 7-10 anos, a aprendizagem deve ser totalmente aberta, ou seja, os conteúdos do ensino são aplicados pelo professor e praticados pelos alunos, sem interferência e correção dos gestos motores. Para a faixa etária de 11-12 anos, o ensino é parcialmente aberto, isto é há breves correções na técnica dos movimentos. Na faixa de 13-14 anos, o ensino é parcialmente fechado, pois inicia-se o processo de especificidade dos gestos de cada modalidade na procura da especialização esportiva e somente após os 14 anos de idade deve acontecer o ensino totalmente fechado.

 Greco (1998) sugere o ensino através do método situacional, em situações 1x0- 1x1-2x1, em que situações, isoladas dos jogos, são aprendidas com número reduzidos de praticantes. A técnica desportiva é praticada na iniciação aos conceitos da tática, ou seja, aliando o "como fazer" à "razão de fazer".

 Em relação a pedagogia da iniciação esportiva Paes (2001) define experiências práticas em situações de jogo, também em 1x1, 2x2, 3x3, e ainda o "jogo possível" como uma possibilidade de ensinar jogos desportivos coletivos, pois o mesmo pode propiciar aos alunos o conhecimento e a aprendizagem dos fundamentos básicos das modalidades coletivas.



Jogos Pré-desportivos e a iniciação do voleibol

 Os jogos pré-desportivos são muito importantes na iniciação do voleibol, principalmente na fase I da iniciação, aonde o principal objetivo é desenvolver além das capacidades físicas e coordenativas, o gosto pela prática do esporte em questão. Segundo Müller (2009) o gosto pelo jogo é fundamental para a manutenção do atleta no esporte, sendo a maior motivação para o aprimoramento das exigências técnicas, táticas, e físicas.

Existem diversos jogos pré-desportivos, como por exemplo: mini-volei, peteca, câmbio, jogo dos quatro cantos. Iremos tratar mais a fundo do mini-volei.

 Segundo Gotsch apud Konnor Quadros & Gordia (2007) o mini-volei é um método simples e adaptado ás necessidades das crianças de 8 à 14 anos, para o aprendizado do voleibol, jogando em duas equipes compostas de menos de 6 jogadores em cada time, resultante de reflexões didáticas onde as ações complexas se reduzem a situações de jogos simplificados, correspondente ao estado de desenvolvimento dos jogadores. Ainda segundo Konnor Quadros & Gordia (2007) apesar das vantagens do mini-volei para o desenvolvimento das crianças de 8 a 14 anos são poucas as escolas que utilizam esta prática esportiva, fato este que acare ta tanto em prejuízos ao desenvolvimento dos alunos/atletas.

Concluindo

O ensino do Voleibol na iniciação pode ser feita com jogos pr-e desportivos, que proporcione aos jovens o maior número possível de vivências motoras, buscando uma base para o melhor desenvolvimento no Voleibol. O técnico ou professor, devem ter um conhecimento contextual, sempre priorizando por conhecimentos técnicos e científicos, tanto em sua prática de ensino como em seu planejamento e estruturação.

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Referências bibliográficas

BAYER, C. O ensino dos desportos coletivos. Paris: Vigot, 1994.

BOJIKIAN, José Crisóstomo Marcondes. Ensinando voleibol. 3 ed. São Paulo: Phorte, 2005.

GARGANTA, J. Para uma teoria dos jogos desportivos coletivos. In: GRAÇA, A.; OLIVEIRA, J. (Eds). O ensino dos jogos desportivos coletivos. 3 ed. Lisboa: Universidade do Porto, 1998.

GOMES, A.C. Treinamento Desportivo: Estruturação e periodização. Porto Alegre: Artmed, 2002.

GRECO, Pablo Juan; iniciação esportiva universal, vol. 1. Da aprendizagem motora ao treinamento técnico. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998.

MÜLLER, Antonio José. Voleibol: desenvolvimento de jogadores. Florianópolis: Visual Books, 2009.

PAES, R.R. Aprendizagem e competição precoce: "O caso do Basquetebol", Universidade Metodista de Piracicaba: Dissertação de Mestrado, 1989.

PAES, Roberto Rodrigues; e OLIVEIRA, Valdomiro de. A pedagogia da iniciação esportiva: um estudo sobre o ensino dos Jogos desportivos coletivos. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 71, 1994. http://www.efdeportes.com/efd71/jogos.htm

SANTOS, M. A. G. N. dos. Mini-voleibol: um caminho para a iniciação. Sprint Magazine, mar/abr, p. 8-13, 1999.

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